quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Reportagem

Inteligência emocional passa a ser mais importante que conhecimento técnico...

    RIO - Se a coletiva da convocação da seleção brasileira pudesse ser comparada a uma entrevista de emprego, em que faz parte do jogo ser testado e bombardeado de perguntas, o técnico Dunga provavelmente não teria sido contratado. Nem tanto por suas escolhas, mas porque, sempre na defensiva, mostrou como reage mal a pressões. Nas empresas, dizem especialistas de RH, esse tipo de comportamento é considerado sinal de baixa inteligência emocional (IE) ou falta de capacidade de lidar com situações difíceis. O contrário do que tem sido cada vez mais exigido nos processos seletivos e no dia a dia do trabalho - mais até do que o conhecimento técnico, como mostra reportagem de Paula Dias, publicada na edição deste domingo do GLOBO.
    Os dados são apresentados na pesquisa realizada pela IMC Consultoria Empresarial, com exclusividade para o Boa Chance, que ouviu profissionais de RH de 68 empresas: 75% deles afirmam que, hoje, ter inteligência emocional conta mais do que a técnica na hora de conseguir uma vaga ou ser promovido. Já para Tom Peters, um dos gurus da administração empresarial, a divisão é ainda mais expressiva: o sucesso nos negócios dependeria 85% da inteligência emocional e só 15% da tecnologia. Peters é um dos autores do best-seller "In search of excellence" ou "Vencendo a crise", como editado no Brasil.
    Para a psicóloga Iêda Vecchioni, diretora da IMC, a questão é que conhecimento se adquire, mas a habilidade de se relacionar com as pessoas e manter a calma diante dos problemas, nem sempre:
- Inteligência emocional significa lidar com tranquilidade com diferentes situações, sejam elas rotineiras ou adversas.
     O levantamento feito pela consultoria revela ainda que 19% dos especialistas estão divididos: para eles, a inteligência emocional é tão essencial quanto a técnica. E só 6% acreditam que o conhecimento ainda supera a inteligência emocional em questão de importância.
     Para o coach Carlos Cruz, diretor da UP Treinamentos & Consultoria, essa mudança de referencial tem a ver com uma padronização cada vez maior da formação técnica.
- Muitos já têm graduação e pós por volta dos 28 anos, por exemplo, mas ainda continua difícil encontrar quem saiba controlar suas emoções em busca de objetivos pessoais que estejam alinhados aos interesses da empresa.


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